Com índice de turnover abaixo de 2% nos últimos 10 anos de empresa, o CEO e fundador da AUDE Educação revela as práticas que adotou e afirma que o crescimento empresarial, na maioria das vezes, é produto da compaixão no ambiente de trabalho
Segundo pesquisas realizadas com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o Brasil é o país com maior índice de turnover do mundo. Entre a geração que mais fala sobre saúde mental, apesar do termo “burnout” ter nascido em 1974, os millennials vivem uma “epidemia” de esgotamento profissional. A causa? O quadro clínico é o resultado de, entre outras razões, ambientes tóxicos de trabalho. Na contramão dos dados, está o Dr. Edson Urubatan, um dos maiores empresários da educação no Brasil. O fundador e CEO da AUDE Educação foi de 30% para menos de 2% de turnover em sua empresa, e atribui o marco à gestão humanizada.
“O grande líder precisa, sobretudo, ser um educador. Inspirar, ensinar e depois gerenciar e dirigir ao que foi designado. Admirar e gerar admiração aos seus liderados, conduzindo ao melhor de cada um. O ambiente favorável ao crescimento acontece quando os colaboradores confiam e acreditam na sua gestão”, afirma o empresário.
Considerando a taxa de sucesso cotada na empresa do Doutor em Competitividade e Gestão pela FGV, a teoria é bonita, mas a prática pode ser ainda mais. Transicionando de uma liderança em fundamentos militares para um novo conceito de compaixão, o educador revela os resultados e segredos para adotar a prática humanizada.
A palavra convence e o exemplo arrasta
A frase atribuída a Confúcio é aplicável. “O líder tem que dar exemplo, tem que saber fazer. Por mais que a gente fale sobre a teoria, quando nós realmente vivemos aquilo, é diferente”, afirma Edson.
Admiração além da hierarquia
Ser um líder admirado é relevante, mas segundo o Dr. Urubatan, para ser admirado, é necessário admirar primeiro. “O ser humano age por reciprocidade. Sentimentos são recíprocos, e sobretudo, precisam ser genuínos”, diz. “O líder tem que encontrar o que lhe falta. Se um funcionário é extremamente pontual, mas é negligente em outro aspecto, ou muito organizado, mas não é tão proficiente em outras áreas, o lado positivo deve gerar uma admiração genuína”.
Engana-se quem pensa que esta é uma forma de romantização. O educador afirma que a admiração mútua e genuína gera no líder a credibilidade para a correção. “O funcionário tende a visualizar que o líder admirável e que expressa sua admiração, pode conduzi-lo para tornar-se um profissional melhor nas áreas em que ele ainda não é elogiado”.
E mesmo que deva ser evidente, o empresário destaca ainda colocar a admiração acima de polêmicas e opiniões. “Suas atitudes tem que transcender temas que geralmente geram discussões acaloradas. Você tem que amar e liderar, independente de suas predileções”.
Compaixão pode ser bem diferente de empatia
Entre livros e frases de efeito sobre a liderança humanizada, muito se fala sobre aplicar a empatia. Entretanto, Dr. Edson Urubatan afirma que apesar da beleza do conceito, prefere aplicar a compaixão. “Empatia é você se colocar no lugar do outro. O problema é que você não é o outro, não viveu a mesma história. Já a compaixão é mais profunda e te leva a compreender o próximo e as condições que o cercam”.
“Um líder só vence o jogo se construir valor na sua gestão. Se os funcionários se sentirem acolhidos e no caminho de realizarem seus próprios sonhos, imbuídos deste objetivo. O líder depende daquelas pessoas, então precisa olhar para elas com compaixão”, afirma.
Combatendo a desmotivação
Para manter a motivação em alta, é necessário, antes de tudo, uma boa contratação. “O líder precisa identificar se o contratado está na função adequada às suas habilidades e tem vontade de estar naquele setor”. Além disso, também é necessário recalibrar a meta. “Estabelecer uma meta atingível, adequada ao seu recurso humano e ao seu produto”.
E o salário importa. Nem toda empresa vai começar com salários exorbitantes, mas o relevante é querer chegar lá. “Estabeleça prazos. Informe que quer aumentar e estabeleça metas de crescimento para fazer acontecer. E principalmente, cumpra com sua parte do combinado”, diz o especialista.
Elogie em voz alta, critique baixo
Reconhecer, admirar, motivar ,são pontos importantes, mas precisam ser verbalizados. “A valorização e o elogio precisam ser em público”. Já a crítica, no privado. “Valorizar também é não desvalorizar no momento inadequado. Quando for chamar a atenção, é sempre a sós.”
A virada de chave
Nem sempre Edson teve a mesma mentalidade. Trilhando o empreendedorismo há aproximadamente 20 anos e fundamentado no Exército, as práticas do empresário costumavam ser mais severas, o que deixou seu índice de turnover acima de 30% por mais de 10 anos. “Tive uma infância com educação rígida dos meus pais. Meus primeiros líderes também eram severos e fui Tenente do Exército. Por exercer justamente a empatia, o que acho perigoso, julgava que as pessoas pensavam como eu e errava, mesmo com boas intenções”.
A grande virada de chave veio em 2007, quando nasceu seu primeiro filho. ”Comecei a me questionar se eu não deveria tratar meus funcionários como tratava meus alunos e filhos, ou como gostaria que tratassem meus filhos”. Os primeiros passos para uma empresa humanizada começaram a ser dados, e levaram Dr. Urubatan a se tornar um dos maiores empresários da educação, com cerca de 150 mil alunos na AUDE.
“A empresa hoje é um ambiente saudável em que as pessoas gostam de estar. Criou-se um ambiente de carinho e mesmo que muita gente se aproveite, a maioria coopera para o crescimento.”, conta. Hoje, como case de sucesso, mais de 70% dos funcionários da AUDE Educação estão na mesma empresa há mais de 10 anos e a taxa de turnover caiu para menos de 2%, comprovando a tese.
Saiba mais sobre Dr. Edson Urubatan
Cristão, pai, 46 anos, morador do Estados Unidos há dois anos a fim de concluir suas pesquisas em neurociência, além de implementação de escolas internacionais e criação de um novo fundo de investimentos em educação, Edson Urubatan venceu as dificuldades e se tornou um dos maiores nomes em educação no Brasil. Formado em Física e Matemática, o professor também é mestre em gestão pela IBMEC e PHD em Gestão de Competitividade pela FGV.
Após primeiros passos na carreira militar com oficial do exército e já graduado, Edson viveu a realidade de muitos brasileiros: O desemprego, enquanto sua mãe lutava contra um câncer. Resolveu tornar-se trabalhador informal e começou a vender guaraná natural nas praias do Rio de Janeiro. Nas horas vagas, ajudava alguns adolescentes a estudar para provas, e assim, começou a desenvolver o que hoje é uma das maiores metodologias de ensino no país – a MODA. Criou o Sistema de Ensino Pec e é fundador e CEO da AUDE Educação, autor de 2 best-sellers, e 92 livros didáticos, possuindo em sua base mais de 150 mil alunos.
Em junho lançará no Brasil dois livros de Neurociências e a sua aplicação nos processos de aprendizagem e na educação e de modo geral.
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