Apesar de instabilidade na balança econômica, oscilação de moedas estrangeiras aumenta competitividade e provoca mercado a buscar saídas inovadoras para manter valor de mercado atraente, mas sem baixar lucro
Não tem uma semana sequer que o brasileiro não vê uma notícia: “País em crise”. Por outro lado, as ruas, shoppings e outros centros comerciais não esvaziam e, pelo contrário, superlotam com uma demanda cada vez mais alta por consumo de bens e serviços. No mundo virtual, o movimento é ainda maior, já que ainda há a facilidade do conforto da experiência de aquisição e diversidade de ofertas.
Ao contrário do que se pensa, também, a alta no dólar e possíveis oscilações das moedas estrangeiras não têm atrapalhado o e-commerce mundial, como avalia o empresário Niko Dieckhoff, especialista no dropshipping que, de 4 anos para cá, já faturou mais de 2 milhões com a modalidade.
E não é à toa que a análise do investidor alemão tem base: segundo levantamento do consórcio de economia Nomad a alta do dólar, pelo contrário, pode ser boa do ponto de vista do faturamento do e-commerce brasileiro. No cenário internacional, a coisa não é muito diferente, a não ser quando a moeda volta para seu país de origem (no caso do dólar, por exemplo, os Estados Unidos). Isso porque, nesse caso, o lucro que seria extra vai cumprir a lacuna deixada pela alta da inflação, que, no fundo, é o que fez essa engrenagem toda girar desse jeito.
“A alta do dólar compromete operações de qualquer setor do ponto de vista de gerar uma instabilidade para o empresariado. Mas, no geral, é mito achar que isso atrapalha o volume de vendas ou que pessoas vão deixar de comprar por isso. O consumidor está sempre programado. Quem raramente está é a loja ou as empresas, porque contam com ‘a maioria’ do mercado, o que pode ser um erro”, exemplifica o europeu de 26 anos de idade.
Com quatro anos de experiência só no droshipping e mais de 2 milhões de euros faturados desde então, Niko ainda destaca que, para o mercado internacional, as vendas com oscilação de moeda fazem a economia entre países ser ainda mais diversificada, porque geram impostos e tributos para os países de onde saem e para os que entram que não são lá grandes geradores de receita para os governos.
“É ainda pouco explorado, mas um produto importado tem seu valor para um tributo governamental. Quando a moeda está oscilando, isso pode beneficiar esse ecossistema e até fazer a política, de algum modo, se voltar para as necessidades que existem nos setores. Ou seja, quanto mais investimento, melhor. E quanto mais pessoas comprando, também”, conclui.